A Comissão de Reforma do Sistema Educativo (CRSE) foi nomeada por Resolução do Conselho de Ministros, em Março de 1986.
O programa de execução A1, da Proposta Global de Reforma apresentada em Julho de 1988, pela CRSE, tinha os seguintes objectivos:
A Escola Cultural é um modelo de Escola pedagogicamente mais rico que o da Escola em vigor. Esta é apenas, institucionalmente, unidimensional: tem apenas a dimensão curricular estrita, constituída pelas disciplinas, seus programas e respectivo sistema de avaliação. Esta dimensão reduz a educação a um processo puramente intelectualista.
A Escola Cultural pretende, diferentemente, ser pluridimensional, promovendo todas as dimensões constituintes da personalidade humana: a físico-motora, a intelectual, a afectiva, a volitiva, a psicossocial, a estética, a ética e a religiosa. Nesta perspectiva, a dimensão lectiva é incapaz de realizar todo este rico programa educacional. Por isso a Escola Cultural dá um relevo decisivo às actividades extracurriculares, escolhidas livremente pelos alunos e organizadas em clubes escolares ou situações educativas equivalentes. A Escola Cultural considera ainda que a substância do processo educativo é a cultura e que é para a cultura que a Escola deve orientar as novas gerações, preparando pela Escola uma nova Sociedade: a Sociedade Cultural.
A AEPEC criada em Março de 1990 e declarada instituição de Utilidade Pública (Diário da República n.º 97-II Série, de 26-04-2002) — é o órgão associativo do Movimento Escola Cultural, de grande repercussão nacional e mesmo já europeia e internacional; afirma-se como uma associação de natureza pedagógica e cultural sem fins lucrativos, cujo objecto é o desenvolvimento de actividades culturais e educativas.
Cada educando – o sujeito da educação – é pessoa e como tal tem de ser encarado, compreendido e tratado.
O acto educativo é um acto cultural, já que toda a realidade introduzida no mundo pelo poder criador da pessoa é cultura.
A escola é – como dizia Coménio – oficina da humanidade; logo é o lugar matricial para a realização da educação.
O investimento social e político na escola é necessariamente o investimento na sociedade e na comunidade onde aquela está mergulhada.
Ao serviço da ideia de vida coloca-se a pessoa, a educação, a escola, a sociedade e a comunidade.
As actividades que promove são de diversos tipos, constituindo cada um desses tipos um eixo — uma dimensão — em torno do qual se organiza a acção educativa.
Partindo do pressuposto que a finalidade real da educação e da escola é de ordem cultural, então a escola só será cultural se considerar não só um, mas todos os momentos estruturais que constituem o processo cultural da formação do homem: