Biografia
Manuel
Ferreira Patricio
Montargil, 23 de Setembro de 1938 – Elvas, 11 de Setembro de 2021
Manuel
Ferreira Patricio
Montargil, 23 de Setembro de 1938 – Elvas, 11 de Setembro de 2021
Manuel Ferreira Patrício nasceu a 23 de Setembro de 1938, na vila de Montargil, concelho de Ponte de Sôr, distrito de Portalegre.
O seu percurso académico e profissional foi talhado a pulso de vontade e esforço pessoais, pautado pela riqueza e diversidade, ainda que coerente e congruente. Na verdade, escolheu a Educação para ser o seu mundo, o mundo da sua intervenção na vida, quer profissional quer intelectualmente. Desde muito cedo lhe surgiu o interesse pela cultura, pela música, pela filosofia, pela poesia, pelo romance, pela intervenção social e cívica.
Durante cerca de cinquenta anos em que se dedicou à vida pública manteve-se fiel a dois grandes eixos da existência humana: o das coisas práticas, concretas e terrenas, a par do gosto pelas temáticas mais intelectuais e espirituais, colocadas na ordem do ideal.
Toda a sua vida, acção e obra exprimem a sua preocupação nuclear com a fundamentação filosófica do agir humano, sob todas as suas formas, com realce para o agir antropagógico, cuja teoria conceptual o próprio soube construir com clareza e rigor; isto é, a defesa da formação integral do homem, no sentido humanista personalista.
Sampaio Bruno mostrou-lhe com clareza que a verdadeira paideia não pode deixar de ser demopaideia; ou seja, a preocupação com a educação do povo e a convicção de que é possível melhorar a sociedade e contribuir para instaurar uma sociedade mais justa, mais livre, mais fraterna, mais culta, através da Educação. Esta ideia vinha de trás, de Platão da Politeia e de Coménio da Didáctica Magna.
Pedagogia, Educação e Filosofia são, por conseguinte, os três grandes pilares que enformam as especulações originais de Manuel Ferreira Patrício. A sua constelação teórica foi alimentada pela seiva de mestres de grande estirpe, onde se destacam: Platão, Jan Amós Coménio, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Leonardo Coimbra, Almada Negreiros, José Ortega y Gasset, Delfim Santos, Padre Manuel Antunes e Agostinho da Silva.
Manuel Ferreira Patrício ensinou e marcou muitas gerações de portugueses nos vários graus de ensino e aí, tal como no desempenho de diversas outras funções, empenhou-se em ser um “obreiro do humano”, porque o seu amor a Portugal e aos portugueses foi, e foi para sempre, inequívoco.